IMAGEM COMUNIDADE

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segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

CHEGA ENTÃO O DIA D PARA OS DESABRIGADOS E CONSEQUENTEMENTE PARA NÓS

Passado dezenove dias de incerteza, e de como seria resolvidos os problemas de cada um dos desabrigados que estavam na Escola Municipal Júlio César de Moraes Passos, a Defesa Civil decidiu praticamente começar a expulsar de uma maneira pouco conveniente às famílias que permaneciam na escola.
Começamos então a ficarmos indignado com tal atitude, mas tínhamos que tentar da melhor maneira possível (dentro do nosso papel de Presidente da Comunidade) resolver com um jeito pacificador tais medidas. Para completar nos surge um dos agentes da Defesa Civil, falando aos desabrigados que estávamos querendo nos aparecer e ganharmos vantagens em cima dos desabrigados.
Está mentira acabou nos tirando do sério, e foi quando acabamos tomando a decisão de sairmos de cima do muro (mesmo no risco de perdermos o trabalho) e comprarmos de uma maneira mais voraz a briga daqueles que realmente eram e são o motivo de nossas lutas em prol de uma comunidade mais digna e com direitos iguais a todos que nela vivem. Convocamos então a todos os moradores desabrigados para uma Assembléia Geral que fora realizado na cantina da Escola, onde foi decidido pôr todos que os mesmos se retirariam, mas que iriam para o Centro de Convivência da Família (localizado no núcleo 8 da Cidade Nova 2) na esperança de serem melhores assistidos pelo Governo do Estado.
Após essa reunião acabamos deixando os agentes da defesa Civil num verdadeiro aperreio, pois eles tinham medo de que a imprensa registra-se tal retirada causando uma má imagem para Prefeitura.Os agentes então, mas rápido do que o vento acionaram por telefone o Secretário Júlio César que em menos de vinte minutos chegou ao local com mais de 15 homens da Guarda Municipal (nesse intervalo doze famílias já estavam se alojando dentro do Centro de Convivência) e ameaçou os desabrigados dizendo que quem fosse para o referido local perderia o apoio da Prefeitura (Interessante que eles queriam se ver livre dos desabrigados e na hora H recuaram na decisão).
Após 50 minutos de questionamentos de diversas pessoas (dentre os desabrigados e a imprensa, que já tivera sido acionada para registrar o fato), o Secretário assegurou aos desabrigados que permaneceram e aos que tinham saído que naquele momento seria dada uma solução aos seus problemas.Assegurou também que os moradores que haviam se retirado do abrigo poderiam retornar a Escola sem nenhum problema. Mas não foi o que aconteceu, enquanto fomos buscar os moradores no Centro de Convivência da Família (obra construída pelo Estado) o Secretário Júlio César retirou-se do local e deu a ordem para que as famílias que tinham saído não entrassem mais, e que naquele momento elas estariam sob nossa responsabilidade.
Disseram também aos mesmos que cobrassem o alimento e a nova moradia a nós, pois eles tinham se retirado do abrigo de livre e espontânea vontade e sob nossas ordens. Mesmo assim não nos intimidamos com tal atitude e nem abandonamos as famílias que ficaram proibidas de entrar. Novamente acionamos o jornal Diário do Amazonas que após alguns minutos retornou e tentou forçar a entrada dos moradores dizendo que tal matéria seria exposta ao público, mas não obteve hesito. Decidimos então acionar o jornal A Crítica que depois de 45 minutos chegou ao local (chegando juntamente com uma viatura da Policia Militar, que tinha sido acionada pelos agentes da Defesa Civil para nos dar uma coça), e assim que o jornalista desceu do carro comunicamos que a polícia estava ali para nos bater e o mesmo aconselhou que ficássemos ao seu lado dizendo que se houvesse alguma atitude ríspida conosco eles registrariam o fato.
Passado quase meia hora, a reportagem depois de muito pressionar conseguiu com que as pessoas entrassem novamente para o abrigo. Com a situação resolvida fomos para casa agora na certeza de que seriamos demitido por tal atitude, mas aliviado por termos tomado a decisão certa de ficar ao lado do povo. E não deu outra, dia 28/04 foi à confusão e no dia 29 de Abril aconteceu o que temíamos, ao estarmos nos deslocando para o trabalho recebi uma ligação de um número restrito.
A pessoa então se identificou, era nossa chefa perguntando onde estávamos? respondi que estava me dirigindo para o trabalho. A mesma disse que não tinha mais necessidade de irmos, pois já estavamos demitido, por decreto do Secretário e do Prefeito de Manaus.
Mas hoje estamos de consciência tranqüila de que fizemos o correto, e que se o Prefeito nos fechou uma porta, com certeza DEUS abrirá uma maior e que ninguém poderá fechar, a não ser ELE próprio!

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